domingo, 22 de novembro de 2009

Acredito na bondade humana...

... pois acredito, digam o que disserem ela existe e "passamos" por ela todos os dias ao caminhar pela rua.
Aconteceu-me uma situação curiosa que me fez pensar que realmente podíamos dar um pouco mais de nós a desconhecidos no dia-a-dia.
Estava num "guichet" a comprar um bilhete para o comboio, faltavam 2 minutos para o dito chegar, mas faltavam-me 20 cêntimos e caso eu perdesse este comboio perdia uma ligação de outra viagem (também de comboio) mais longa e era certo me atrasaria para uma reunião em Santarém.
Perguntei no "guichet" se poderia ficar a dever o dinheiro e que o devolveria no final do dia no regresso. Ouvi logo um "sim claro, se eu não estiver entregue ao meu colega", mas entretanto, a muito simpática rapariga que estava ao meu lado (anterior cliente do "guichet") disse-me, reparando no meu claro embaraço, "aqui tens". Eu fiquei a olhar para ela, estupefacta, como pode uma perfeita desconhecida dar-me dinheiro, assim!??! Ainda lhe perguntei, como lhe poderia devolver o empréstimo, pois certamente e dificilmente voltaria a encontrá-la... Ela disse-me "não tem importância"... Não estava em mim de supresa... uma rapariga talvez da minha idade, com um tom de pele bem mais escuro que o meu e talvez/provavelmente (?) com uma vida bem mais dura que a minha, dá-me assim 20 cêntimos... Não é muito, estão agora a pensar, pois não, mas quantos de nós damos assim dinheiro a um perfeito desconhecido em apuros?! Quantos damos? Podemos perguntar a nós próprios, quantas vezes já demos?
... 20 cêntimos
... o braço para atravessar a rua
... a nossa atenção a alguém que precisa dela
... a nossa disponibilidade para segurar num saco a alguém que entra num carro, ou abre uma porta, ou entra num elevador
...
A pergunta é, quantas vezes damos, sem esperar absolutamente nada em troca? Quantas? Se calhar podemos contar pelos dedos de uma mão (ou das duas, para os de coração maior!).
Vamos abrir a nossa bondade a todos os que precisam, sem esperar nada em troca, vamos dar, porque só quem dá é que recebe. Vamos dar como gostaríamos que nos dessem a nós, assim, só dar.
Acho que apenas este dar é altruísta e nós somos altruístas, só temos é de procurar bem nos cantinhos escondidos dentro de nós.
Dêem!!

sábado, 7 de novembro de 2009

Dias de chuva

Há dias de chuva diferentes dos outros... não sei se terá apenas a ver com o sítio onde "nos sentamos" ou se da nossa disposição. Os dias de chuva, tal como os dias de sol ou de vento, são tantos e tão diversos quanto queiramos, mas há um tipo de dias de chuva muito característico e de que gosto sem comparação. Estes são aqueles dias de chuva que ocorrem durante o fim-de-semana e são aqueles em que podemos ficar deitados no sofá, debaixo de uma manta a olhar para a janela e ver o dia passar... Adoro estes dias e sinto-me feliz por poder simplesmente estar a olhar para fora e não fazer absolutamente nada a não ser estar.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

As pessoas e as suas mentiras...

... porque mentem as pessoas? Para enganar ou não magoar os outros? Porque momentaneamente se iludem a si próprias? Porquê? Não sei... mas deve haver uma razão muito forte para enganarmos pessoas que gostam e confiam em nós, não? Ou será mesmo tão só e simplesmente porque a nossa abstracção do outro o permite, pois não pensamos nem queremos pensar naquilo que sentirá. No momento da mentira estamos apenas a pensar em nós próprios, de forma tão egoísta, no nosso conforto e bem estar que não vemos mais nada nem ninguém. Mas magoamos e deixamos tristes os outros, sempre que os iludimos, sempre que dizemos uma coisa e fazemos outra, sempre que prometemos e não cumprimos... até um dia em que deixam de simplesmente confiar em nós, porque quem já "mentiu" muitas vezes, mente muitas mais... É triste alguém não poder confiar em nós porque já lhe mentimos demasiadas vezes... Muito triste, mas acontece no decorrer da vida e pode até nem ser consciente. Como se evita? Acho que é bom pesar bem aquilo que se diz, não deitarmos coisas da boca da fora, promessas vãs que não sabemos se conseguiremos cumprir. Mais vale dizer olha não sei se quero ou não me apetece. Os outros têm de entender, pois ou é isso ou uma mentira descarada que será descoberta quando eu tiver de ligar para dizer "olha afinal não posso" ou então quando passar tanto, demasiado, tempo para que perceba que não vai acontecer. Não vale a pena tentar que as coisas caiam assim no esquecimento, quem é enganado não esquece e se for astuto da próxima não cai na mesma esparrela de (quase) sempre...